Antes
de escrever este artigo eu fiz uma pesquisa breve sobre qual é a maior queixa
dos colaboradores em relação aos seus líderes e constatei que, de todas elas,
as que mais se destacam são as que envolvem a comunicação (ou falta dela). E o
que me chamou para a sua escrita são os aspectos psicológicos envolvidos na
comunicação. Entender o que está envolvido na comunicação ajuda na compreensão
do que está por trás dessas queixas. Então, vamos lá?
Somos
seres sociais e todas, vejam bem, todas as nossas necessidades são supridas
através da comunicação. Não somente falar é questão de sobrevivência, ouvir
também é! A palavra é o pensamento em si traduzido em sons ou sinais e signos
que expressam toda uma carga emocional e de sentimentos que precisam ser
ouvidos. Se você já teve aquela sensação de um “nó na garganta” é porque você
falou e não foi compreendido pelo outro, gerando essa terrível angústia.
Trouxe
à baila a questão existencial da comunicação porque ela se faz importante no
ambiente de trabalho ou em qualquer outro lugar deste planeta onde existam duas
pessoas ou mais juntas! Existimos em nossa comunicação. Quando negamos a
comunicação a nós mesmos ou a outros, tiramos a capacidade e primordial necessidade
de existir que todos nós temos! Direito que não se mexe em hipótese alguma!
Quando
dizemos sobre questões existenciais envolvidas na comunicação, falamos das
necessidades psicológicas que suprimos através delas e que são importantíssimas
para sermos humanos no pleno sentido da palavra: apoio, reconhecimento,
visibilidade, aprovação, crescimento, aprendizado, autoconfiança e autoestima.
Saber
de tudo isso que está envolvido na comunicação nos alerta à forma que nos
comunicamos: uma fala cordial, respeitosa, adequada, levando em consideração os
sentimentos e emoções do outro são um convite para que a outra pessoa possa escutar
o que lhe é dito, não qualquer escuta, mas aquela que busca compreender o outro
com verdade e interesse, satisfazendo ambos de suas necessidades, isso porque a
comunicação feita dessa forma demonstra afeto e respeito pelo outro. E é aqui
que entra o feedback como ferramenta para facilitar este processo.
Basicamente,
feedback é a retroalimentação, ou seja, através dela conseguimos obter dados
importantes que nos apontam necessidades de mudanças de estratégias, as tão
famosas “críticas construtivas”, promovem o crescimento e desenvolvimento de
todos nós, suprindo as necessidades psicológicas que envolvem as questões
existenciais citadas acima.
Já
pararam para pensar em quantos bons colaboradores se demitem por não se
sentirem reconhecidos e buscam oportunidades em outra empresa, ou quantos são
demitidos por simplesmente não saberem o que se esperava deles realmente na
função que foram contratados para exercer? Pois é, um feedback usado de forma
incorreta gera isso mesmo. Isso porque não estamos falando nos custos
financeiros que um feedback mal feito pode gerar para a organização, mas que
deve ser levado em conta também.
Pequenas
atitudes podem ajudar em um feedback mais humano. Confira:
-
Dê o feedback imediatamente. Não deixe passar a oportunidade ou do contrário,
poderá ser tarde demais!
-
Assertividade: vá direto ao ponto, sem rodeios. Isso não significa tratar com
grosseria ou falta de respeito e educação. Leve em consideração os sentimentos
e emoções do outro;
-
Sempre agradeça: em privado ou junto à equipe. O agradecimento quando feito
eleva a sensação do outro se sentir reconhecido em seu esforço e motivado, e
nós sabemos que um colaborador nessa situação produz muito mais;
-
Elogie: elogios sinceros apontam o caminho correto e reforçam positivamente um
comportamento que se quer manter;
-
Equilibro de expectativas: todos na empresa precisam estar cientes do que se
espera de cada um em sua função para o sucesso macro. Promover uma visão ampla
dos processos ajuda nesse sentido;
-
Comportamento: ao dar um feedback, reforce as potencialidades e aponte o
comportamento inadequado e como isso interferiu negativamente no processo.
Isole e fale apenas sobre o que não funcionou, afinal, ninguém é errado cem por
cento. Sempre há coisas boas!
-
Acompanhe: após o feedback, monitore e observe os resultados. Se forem
positivos, reforce e elogie. Se ainda não foi o esperado, conversem novamente e
juntos tentem encontrar uma solução.
Lembrando:
tudo isso ocorre em linha descendente, ascendente e horizontal ok? Em se
tratando de necessidades, todos nós as temos e vão além de uma hierarquia.
Portanto vale para todos! Amplie e leve para a sua vida pessoal, com família,
amigos e relacionamentos amorosos essas dicas valiosas! A felicidade depende do
quanto nos esforçamos para promove-la em nossas vidas! Comunique-se bem e viva
bem!
Autor: Rodrigo Garcia – Psicólogo.
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